Fonte: H. P. Blavatsky, Collected Writings, 1890-1891,
vol. XIII, págs. 364-365, The Theosophical Publishing House.
Tradução: Ernani Eustáquio de Oliveira (Membro da Loja Teosófica Brasília)
Em uma reunião em Maycott, em 16 de junho de 1887, surgiu uma discussão sobre a aura e o magnetismo do indivíduo humano. O magnetismo, segundo foi dito, é uma emanação que surge de todas as coisas, da Terra, da vida animal e vegetal. É uma coisa fisiológica, e surge do Prâna, que é o princípio vital individual. A aura é uma individualização de um Princípio Vital Universal (Jiva) e permanece com um ser humano apesar das suas trocas periódicas de estado e de planos de consciência.
A aura é o princípio do
sentimento de simpatia e de antipatia; é uma emanação de Prâna, mas em
combinação com Manas e Buddhi. Em relação a isto, deve-se ter presente que a
memória é o efeito de Buddhi sobre Manas. O processo de “ter influência
psicológica” é realizado através do poder da vontade, pela aura, e também afeta
a aura.
Surgiu uma discussão sobre a diferença entre a vontade e o desejo. O
desejo está relacionado com o êxito de um homem, mas menos do que a vontade ou
do que o Karma. Fora do reino animal, o desejo deveria surgir apenas de um dos
princípios superiores. O desejo é um princípio kâmico, é Tifônico, uma força
perturbadora que se opõe à vontade. A vontade é uma emanação do sexto e do
sétimo princípios. O desejo é uma energia que deve ser reprimida; quando sua
energia é suprimida, é espalhada e vai para a energia universal, mas não se
perde. Ao reprimi-la, o homem não se liberta dela, mas, se transformada em atos
ela flutua ao redor do seu pescoço na forma de Karma.
Depois da morte o homem
existe no Kama-loka, e está enquadrado no Kama-rupa ou feixe de desejos. O
Kama-rupa impede os princípios mais elevados de passar inteiramente para o
Devachan. No momento da volta para cá, o homem reencontra o Karma do Desejo não
reprimido esperando por ele no limiar. Assim, o real castigo do Karma surge da
presença de desejos que têm que ser reprimidos. Isso é feito por um esforço da
vontade, que não é infinito, e tem um princípio e um final. Mas a vontade é a
manifestação de uma lei eterna que só pode ser apreciada em seus efeitos, e,
neste ponto, foi dito que vontade absoluta não é a mesma coisa que Vontade
Cósmica.
Assim, o homem, como microcosmo, é dotado de livre-arbítrio; mas ele é
limitado pela ação de outros livres-arbítrios, sob a ação da lei da harmonia
universal, que é a Lei do Karma. A verdadeira função do poder da vontade é
produzir harmonia entre a lei e o homem. Assim, o Mahatma, como não tem desejo,
está fora da esfera de ação do Karma; a sua real condição está em harmonia com
a natureza; ele é o Karma, é seu agente, e, portanto, está fora do seu campo de
ação. Seu corpo físico, no entanto, ainda está dentro do seu campo de atuação.
Assim, a direção da vontade deve ser colocada no rumo da realização das
aspirações individuais que são búddhicas, de modo que o quinto princípio intelectual
fique quase dissolvido no sexto princípio, Buddhi.
Essas aspirações podem ser
chamadas de “vislumbres do eterno”. A consciência inferior reflete estas
aspirações inconscientemente, e, mais tarde, ela mesma passa a aspirar, e é
elevada, se as coisas estiverem de acordo. Uma tal aspiração seria uma
tendência em direção à Teosofia; este instinto, se for desenvolvido, se tornará
uma aspiração consciente. Foi feita uma distinção entre obstinação, firmeza e
vontade. A obstinação resulta de um obscurecimento da razão e pode ser
comparada às duas metades do cérebro agindo em oposição, quando o trabalho é
obstruído. A firmeza pode ser descrita como algo que resulta do equilíbrio
entre as duas metades do cérebro. É sobre esta firmeza que a vontade se baseia,
e a vontade começa a funcionar a partir deste equilíbrio.
[Atas da Loja Blavatsky]
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