sábado, 14 de setembro de 2013

A Aura e o Magnetismo Humano


Fonte: H. P. Blavatsky, Collected Writings, 1890-1891, vol. XIII, págs. 364-365, The Theosophical Publishing House.
Tradução: Ernani Eustáquio de Oliveira  (Membro da Loja Teosófica Brasília)

Em uma reunião em Maycott, em 16 de junho de 1887, surgiu uma discussão sobre a aura e o magnetismo do indivíduo humano. O magnetismo, segundo foi dito, é uma emanação que surge de todas as coisas, da Terra, da vida animal e vegetal. É uma coisa fisiológica, e surge do Prâna, que é o princípio vital individual. A aura é uma individualização de um Princípio Vital Universal (Jiva) e permanece com um ser humano apesar das suas trocas periódicas de estado e de planos de consciência. 


A aura é o princípio do sentimento de simpatia e de antipatia; é uma emanação de Prâna, mas em combinação com Manas e Buddhi. Em relação a isto, deve-se ter presente que a memória é o efeito de Buddhi sobre Manas. O processo de “ter influência psicológica” é realizado através do poder da vontade, pela aura, e também afeta a aura. 

Surgiu uma discussão sobre a diferença entre a vontade e o desejo. O desejo está relacionado com o êxito de um homem, mas menos do que a vontade ou do que o Karma. Fora do reino animal, o desejo deveria surgir apenas de um dos princípios superiores. O desejo é um princípio kâmico, é Tifônico, uma força perturbadora que se opõe à vontade. A vontade é uma emanação do sexto e do sétimo princípios. O desejo é uma energia que deve ser reprimida; quando sua energia é suprimida, é espalhada e vai para a energia universal, mas não se perde. Ao reprimi-la, o homem não se liberta dela, mas, se transformada em atos ela flutua ao redor do seu pescoço na forma de Karma.

Depois da morte o homem existe no Kama-loka, e está enquadrado no Kama-rupa ou feixe de desejos. O Kama-rupa impede os princípios mais elevados de passar inteiramente para o Devachan. No momento da volta para cá, o homem reencontra o Karma do Desejo não reprimido esperando por ele no limiar. Assim, o real castigo do Karma surge da presença de desejos que têm que ser reprimidos. Isso é feito por um esforço da vontade, que não é infinito, e tem um princípio e um final. Mas a vontade é a manifestação de uma lei eterna que só pode ser apreciada em seus efeitos, e, neste ponto, foi dito que vontade absoluta não é a mesma coisa que Vontade Cósmica.

Assim, o homem, como microcosmo, é dotado de livre-arbítrio; mas ele é limitado pela ação de outros livres-arbítrios, sob a ação da lei da harmonia universal, que é a Lei do Karma. A verdadeira função do poder da vontade é produzir harmonia entre a lei e o homem. Assim, o Mahatma, como não tem desejo, está fora da esfera de ação do Karma; a sua real condição está em harmonia com a natureza; ele é o Karma, é seu agente, e, portanto, está fora do seu campo de ação. Seu corpo físico, no entanto, ainda está dentro do seu campo de atuação. Assim, a direção da vontade deve ser colocada no rumo da realização das aspirações individuais que são búddhicas, de modo que o quinto princípio intelectual fique quase dissolvido no sexto princípio, Buddhi. 

Essas aspirações podem ser chamadas de “vislumbres do eterno”. A consciência inferior reflete estas aspirações inconscientemente, e, mais tarde, ela mesma passa a aspirar, e é elevada, se as coisas estiverem de acordo. Uma tal aspiração seria uma tendência em direção à Teosofia; este instinto, se for desenvolvido, se tornará uma aspiração consciente. Foi feita uma distinção entre obstinação, firmeza e vontade. A obstinação resulta de um obscurecimento da razão e pode ser comparada às duas metades do cérebro agindo em oposição, quando o trabalho é obstruído. A firmeza pode ser descrita como algo que resulta do equilíbrio entre as duas metades do cérebro. É sobre esta firmeza que a vontade se baseia, e a vontade começa a funcionar a partir deste equilíbrio.

[Atas da Loja Blavatsky]

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