sexta-feira, 28 de abril de 2017

Correlação entre os Elementos no "Homem" Cósmico e Os Sentidos do Homem Físico Mortal

Compartilho esta minha anotação relativa à Doutrina Secreta, vol. 3, p.122, ed. Pensamento.

Texto original em inglês:

" ... ; as each Root-Race adds the characterizing sense of the preceding Race."

Tradução sugerida em português para o texto da p.122, 3° parágrafo, 2a. linha:
"...; assim como cada Raça-Raiz agrega o sentido caracteristico da Raça precedente."
...

Com relação ao paralelismo existente na evolução dos Elementos e dos Sentidos, ou entre o "Homem" Cósmico Terrestre, ou "Espírito", e o homem físico mortal, mencionado na mesma p. 122, 2° parágrafo, entendo da seguinte forma:

1. O elemento Éter no Homem Cósmico corresponde ao sentido da Audição, que produz a sensação sonora no homem físico mortal.

2. O elemento Ar no Homem Cósmico corresponde ao sentido do Tato, que produz a sensação tátil agregada à sensação sonora.

3. O elemento Fogo ou Luz no Homem Cósmico corresponde ao sentido da Visão, que produz a sensação cromática agregada às sensações tátil e sonora.

4. O elemento Água no Homem Cósmico corresponde ao sentido do Paladar ou Gustação, que produz a sensação gustativa agregada às sensações visual, tátil e sonora.

5. O elemento Terra no Homem Cósmico corresponde ao sentido do Olfato, que produz a sensaçào olfativa agregada as sensações gustativa, visual, tátil e sonora.

Assim, no Homem Cósmico, o primeiro elemento a se manifestar é o éter; o segundo é o ar; o terceiro é o fogo-luz; o quarto é a água; e o quinto elemento é a terra.

E, no homem físico mortal, ocorre o seguinte:

- a presença do elemento éter no planeta permite a sensação sonora, produzida pelo órgão do ouvido.

- a presença do elemento ar no planeta permite a sensação tátil, produzida pela pele e órgãos de contato, e agrega a sensação sonora.

- a presença do elemento  fogo-luz no planeta permite a sensação visual-cromática, produzida pelo órgão da visão, e agrega as sensações tátil e sonora.

- a presença do elemento água no planeta permite a sensação gustativa, produzida pelo órgão do paladar, e agrega as sensações visual-cromática, tátil e sonora.

- a presença do elemento terra no planeta permite a sensação olfativa, produzida pelo órgão do olfato, e agrega as sensações gustativas, visual-cromática, tátil e sonora.

Maria Alice.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A Palavra Sagrada OM

Fonte: A Doutrina Secreta, Vol. VI, Helena P. Blavatsky, Editora Pensamento.
Pesquisa: Ernani Eustáquio de Oliveira (Membro da Loja Teosófica Brasília)

OM é o Mantra da Quinta Raça-Raiz. É uma saudação ao ser humano e a invocação de presenças não humanas. O Amém originou-se do OM. Amém não é uma palavra hebraica. Os gregos tomaram-na dos caldeus. Amém não quer dizer "Assim seja" ou "Em verdade". Na remota antiguidade, o seu significado era o mesmo de OM. Os judeus iniciados (os Tanaim) empregavam-no com as mesmas razões e idênticos resultados que tiveram os árias, para usar a palavra OM.

 Se pronunciado por uma pessoa pura e santa atrairá e despertará o Eu Superior, nosso Pai Interno, como também as Potestades menos excelsas, do espaço interplanetário. Articulada corretamente por um homem comum e bondoso contribuirá para o seu fortalecimento moral, principalmente, se, entre um e outro "OM", ele meditar intensamente no seu OM interno, isto é, o seu Eu Superior, concentrando toda a sua atenção na sua inefável glória. Ai, porém, daquele que pronunciar OM, depois de haver cometido um pecado capital. Ele só conseguirá atrair, à sua fotosfera, forças e presenças invisíveis, que normalmente não poderiam abrir caminho através do Envoltório Divino.

Ensina a Ciência Esotérica que todo som produzido no visível desperta um som correspondente nos planos invisíveis e põe em ação uma força oculta da Natureza. Cada som corresponde a uma cor, a um número (uma potência espiritual, psíquica ou física) e a uma sensação em algum plano.Todos os sons têm o seu eco nos elementos superiores e também no plano físico e põem em ação as vidas que pululam na atmosfera terrestre.


 Assim, a oração, a não ser que pronunciada mentalmente e seja dirigida ao nosso "Pai" no silêncio e na solidão do nosso "aposento privado", dará ensejo, na maioria dos casos, a resultados mais desastrosos do que benéficos.

A Criação, como é vista no Zohar da Cabalá e em A Doutrina Secreta

(Artigo extraído de A Doutrina Secreta, vol. V, de Helena P. Blavatsky, Editora Pensamento, 
por Ernani Eustáquio de Oliveira – Membro da Loja Teosófica Brasília)

Se lermos o Gênesis da Bíblia no original, podemos constatar que sua frase inicial pode ser escrita de duas maneiras diferentes. A Primeira seria: “B’rasith bara Elohim eth hashamavim v’eth h’areths.”; nessa forma a tradução, em português, seria: “Da eterna Essência, a Força formou o Duplo Céu”. Já a segunda forma seria assim: “B’rash ithbara Elohim ethhasmavim v’eth’ arets”; já nessa forma o significado é bem diferente: “No princípio, Deus criou os céus e a Terra”. Como se pode constatar, foi a segunda forma de escrever que predominou na Bíblia, alterando completamente o sentido e conferindo um caráter antropomórfico a Deus. Por “Duplo Céu”, a primeira frase refere-se ao Céu Superior e ao Céu Inferior ou aos dois estados do Cosmos: o Númeno e o Fenômeno.

Tal sentido possibilitou a ideia de uma “criação”, isto é, de um Deus externo ao Cosmos, que o criou, um Deus objeto, fora. Na realidade, na Filosofia Oculta, o Cosmos não foi criado, foi emanado através do mecanismo da “diferenciação”. 

Segundo “A Doutrina Secreta”, o Cosmos, ou melhor, o Macrocosmos, do mesmo modo que o homem, sua cópia idêntica, o Microcosmos, divide-se em três Princípios e quatro Veículos. Os Princípios são: a Vida, a Alma e o Espírito. E os Veículos: o Corpo Físico, o Duplo Etéreo ou Astral, a Alma Animal ou Humana e a Alma Divina. Já a Cabala caldaica e judaica diz que o Cosmos se compõe de sete mundos: o Mundo Originário, o Mundo Inteligente, o Mundo Celeste, o Mundo Elementar, o Mundo Inferior (Astral), o Mundo Infernal (o Kama-Loka de A Doutrina Secreta e o Hades dos judeus) e o Mundo Temporal (nosso mundo físico). Segundo a Cabala caldaica, é, no mundo Inteligente (o segundo), onde aparecem os “Sete Anjos da Presença” ou os “Sephirot”, que são os Construtores, de que, fala A Doutrina Secreta, mas é somente, no terceiro Mundo, o Mundo Celeste, que os Sete Anjos da Presença constroem os sete planetas do Sistema Solar, os seus corpos visíveis.

Se o Universo foi feito da Substância ou Essência Eterna e Única, conforme diz a primeira frase original, do Gênesis, não foi essa Essência que lhe deu forma, mas sim os Raios Primários, os Dhyân-Chohâns, emanados do Elemento Único. Esse Elemento Único permanece em seu Princípio-Raiz, como Sempiterna e Única Realidade, sem se alterar.
O erudito cabalista ocidental, S. L. Mc Gregor Mathers, analisando o primeiro versículo original do Gênesis, assim se manifesta: “Brashit Bara Elhoim” significa: “no princípio, os Elhoim criaram!” E quem são esses Elhoim do Gênesis?” Outra parte do texto original, onde se lê: “Va yivra Elhoim at Há-Adam be-tzalmo, be-tzelem Elhoim bara oto zakhar vingebah bara otham” quer dizer: “E os Elhoim criaram Adão à sua própria imagem, à imagem dos Elhoim. Eles os criaram macho e fêmea.” Continua a pergunta: “quem são esses Elhoim?” A versão inglesa da Bíblia traduz Elhoim por Deus, isto é, traduz um nome no plural, para outro no singular. E o Gênesis (I, 26), quando diz: “E Deus disse: façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, está confirmando o plural desses Elhoim.

O antropomorfismo e a revelação cavam um abismo intransponível entre o mundo material e as extremas verdades espirituais. Assim o desdobramento do Eterno Único em dois (o Grande Pai e a Grande Mãe) já revela, de início, um horrível conceito antropomórfico em atribuir sexo às primárias diferenciações do Único [o Grande Pai (Espírito) e a Grande Mãe (a Matéria)] e mais errado ainda é identificar essas primárias diferenciações com os Elhoim ou poderes criadores e atribuir, a eles, a formação e construção deste mundo visível, de sofrimentos, pecados e tristezas.

A criação dos Elhoim é, na verdade, uma criação muito posterior, e eles, Elhoim, estão longe de ser, como querem os judeus, as potestades supremas da Natureza. Os Elhoim não são nem as potestades de elevada categoria na Hierarquia Divina, mas simplesmente Anjos Inferiores. Assim ensinava o Gnosticismo, que foi a mais filosófica de todas as escolas do Cristianismo primitivo.

sábado, 14 de setembro de 2013

A Aura e o Magnetismo Humano


Fonte: H. P. Blavatsky, Collected Writings, 1890-1891, vol. XIII, págs. 364-365, The Theosophical Publishing House.
Tradução: Ernani Eustáquio de Oliveira  (Membro da Loja Teosófica Brasília)

Em uma reunião em Maycott, em 16 de junho de 1887, surgiu uma discussão sobre a aura e o magnetismo do indivíduo humano. O magnetismo, segundo foi dito, é uma emanação que surge de todas as coisas, da Terra, da vida animal e vegetal. É uma coisa fisiológica, e surge do Prâna, que é o princípio vital individual. A aura é uma individualização de um Princípio Vital Universal (Jiva) e permanece com um ser humano apesar das suas trocas periódicas de estado e de planos de consciência. 


A aura é o princípio do sentimento de simpatia e de antipatia; é uma emanação de Prâna, mas em combinação com Manas e Buddhi. Em relação a isto, deve-se ter presente que a memória é o efeito de Buddhi sobre Manas. O processo de “ter influência psicológica” é realizado através do poder da vontade, pela aura, e também afeta a aura. 

Surgiu uma discussão sobre a diferença entre a vontade e o desejo. O desejo está relacionado com o êxito de um homem, mas menos do que a vontade ou do que o Karma. Fora do reino animal, o desejo deveria surgir apenas de um dos princípios superiores. O desejo é um princípio kâmico, é Tifônico, uma força perturbadora que se opõe à vontade. A vontade é uma emanação do sexto e do sétimo princípios. O desejo é uma energia que deve ser reprimida; quando sua energia é suprimida, é espalhada e vai para a energia universal, mas não se perde. Ao reprimi-la, o homem não se liberta dela, mas, se transformada em atos ela flutua ao redor do seu pescoço na forma de Karma.

Depois da morte o homem existe no Kama-loka, e está enquadrado no Kama-rupa ou feixe de desejos. O Kama-rupa impede os princípios mais elevados de passar inteiramente para o Devachan. No momento da volta para cá, o homem reencontra o Karma do Desejo não reprimido esperando por ele no limiar. Assim, o real castigo do Karma surge da presença de desejos que têm que ser reprimidos. Isso é feito por um esforço da vontade, que não é infinito, e tem um princípio e um final. Mas a vontade é a manifestação de uma lei eterna que só pode ser apreciada em seus efeitos, e, neste ponto, foi dito que vontade absoluta não é a mesma coisa que Vontade Cósmica.

Assim, o homem, como microcosmo, é dotado de livre-arbítrio; mas ele é limitado pela ação de outros livres-arbítrios, sob a ação da lei da harmonia universal, que é a Lei do Karma. A verdadeira função do poder da vontade é produzir harmonia entre a lei e o homem. Assim, o Mahatma, como não tem desejo, está fora da esfera de ação do Karma; a sua real condição está em harmonia com a natureza; ele é o Karma, é seu agente, e, portanto, está fora do seu campo de ação. Seu corpo físico, no entanto, ainda está dentro do seu campo de atuação. Assim, a direção da vontade deve ser colocada no rumo da realização das aspirações individuais que são búddhicas, de modo que o quinto princípio intelectual fique quase dissolvido no sexto princípio, Buddhi. 

Essas aspirações podem ser chamadas de “vislumbres do eterno”. A consciência inferior reflete estas aspirações inconscientemente, e, mais tarde, ela mesma passa a aspirar, e é elevada, se as coisas estiverem de acordo. Uma tal aspiração seria uma tendência em direção à Teosofia; este instinto, se for desenvolvido, se tornará uma aspiração consciente. Foi feita uma distinção entre obstinação, firmeza e vontade. A obstinação resulta de um obscurecimento da razão e pode ser comparada às duas metades do cérebro agindo em oposição, quando o trabalho é obstruído. A firmeza pode ser descrita como algo que resulta do equilíbrio entre as duas metades do cérebro. É sobre esta firmeza que a vontade se baseia, e a vontade começa a funcionar a partir deste equilíbrio.

[Atas da Loja Blavatsky]

São os Sonhos apenas Visões Aleatórias?

Por Helena Petrovna Blavatsky

Fonte: H. P. Blavatsky, Collected Writings, Volume III, pp.433 – 438, 1882.
Theosophical Classics – Electronic Book Edition

Tradução: Marcelo Luz
(Membro da Loja Teosófica Brasília)

"Sonhos são intervalos criados pela imaginação" é o que nos diz Dryden*, talvez para mostrar que até mesmo um poeta faz ocasionalmente sua musa ser subserviente a opiniões preconcebidas.

A previsão dada no sonho acima [apresentado em uma carta dirigida ao “The Theosophist”] é um exemplo do que podem ser considerados como casos excepcionais da vida onírica, sendo a maior parte dos sonhos, de fato, apenas "intervalos criados pela imaginação". A política da ciência materialista é ignorar soberbamente tais exceções, de forma rasteira, temendo talvez que a exceção confirme a regra ou, como preferimos pensar, para evitar a constrangedora tarefa de explicar essas exceções. De fato, se um único exemplo recusar obstinadamente a classificação de "estranhas coincidências" – muito favorável aos céticos - então os sonhos proféticos, ou verificados, exigiriam uma completa remodelação da fisiologia; assim como em relação à frenologia**, o reconhecimento e a aceitação pela ciência dos sonhos proféticos (conseqüentemente o reconhecimento das reivindicações da Teosofia e do espiritualismo), diz-se, "levaria com isso a uma nova ciência educacional, social, política e teológica". Resultado: a Ciência nunca reconhecerá nem sonhos, nem espiritualismo, nem ocultismo.
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* John Dryden (1631—1700) foi um poeta, crítico literário e dramaturgo inglês que dominou a vida literária na Inglaterra durante a Restauração. (Nota do Tradutor)

** Frenologia é uma teoria que reivindica ser capaz de determinar o caráter, características da personalidade, e grau de criminalidade pela forma da cabeça (lendo "caroços ou protuberâncias"). Desenvolvido pelo médico alemão Franz Joseph Gall por volta de 1800, e muito popular no século XIX, está agora desacreditada e classificada como uma pseudociência. (Nota do Tradutor)
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A natureza humana é um abismo que a fisiologia (e, na verdade, a ciência moderna em geral) tem sondado menos profundamente do que alguns que nunca ouviram a palavra fisiologia ser pronunciada. Os altos censores da Royal Society nunca ficam tão perplexos quanto ao serem colocados face a face com este mistério insolúvel - a natureza interna do homem. A chave para isso é – a dualidade do homem. É a chave que se recusam a usar, bem conscientes de que, uma vez que seja escancarada a porta do ádito (portal ou câmara secreta), eles serão forçados a largar uma por uma suas caras teorias e conclusões finais – que mais de uma vez provaram não terem sido mais do que passatempos, sempre que partiram de premissas falsas ou incompletas. Se vamos permanecer satisfeitos com as meias explicações da fisiologia no que diz respeito aos sonhos sem sentido, como explicar os casos dos inúmeros fatos comprovados por sonhos? Dizer que o homem é um ser dual, e que no homem (para usar as palavras de Paulo) "existe um corpo natural e também um corpo espiritual"; e que, portanto, ele deve necessariamente ter um duplo conjunto de sentidos - é, na opinião do cético educado, o mesmo que proferir uma falácia imperdoável e anti-científica. No entanto, a ciência precisa pronunciar-se.

O homem é, inegavelmente, dotado de um duplo conjunto de sentidos; possui os sentidos naturais ou físicos (esses, podemos deixar com segurança que a fisiologia lide com eles), e possui os sentidos subnaturais ou espirituais (pertencentes inteiramente à esfera da ciência psicológica). A palavra "sub", que seja bem compreendido, é usada aqui num sentido diametralmente oposto ao que lhe é dado em química, por exemplo. No nosso caso, é um prefixo, como em "sub-tônico" ou "sub-baixo" na música. De fato, como o conjunto dos sons da natureza manifesta-se como um único tom definitivo, com a nota-chave vibrando a partir da eternidade e por toda ela; tendo uma existência inegável, por si só, mas possuindo uma intensidade apreciável apenas por "ouvidos bem aguçados" * - assim a harmonia ou desarmonia definitiva da natureza externa do homem é vista por um observador como inteiramente subordinada ao caráter da nota-chave emitida ao exterior pelo homem interno. É o Ego espiritual ou Eu que serve como base fundamental, determinando o tom de toda a vida do homem - o mais caprichoso, incerto e variável de todos os instrumentos, que mais do que qualquer outro necessita de ajustes constantes; é sua voz sozinha, que, como o sub-baixo de um órgão, subjaz à melodia de toda a sua vida, sejam seus tons doces ou duros, harmoniosos ou selvagens, legato ou pizzicato**.
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* Este tom é percebido pelos especialistas como o F do meio do piano.

** O legato consiste em ligar notas musicais sucessivas, de modo que não haja nenhum silêncio entre elas. O legato é uma maneira de tocar uma frase musical. O pizzicato é o modo de tocar os instrumentos de corda (geralmente os de arco) pinçando as cordas com os dedos. (Nota do Tradutor)
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Assim, podemos dizer que o homem, além do cérebro físico, tem também um cérebro espiritual. Se o cérebro físico é totalmente dependente do desenvolvimento e do grau de receptividade de sua estrutura física, ele é, por outro lado, inteiramente subordinado ao cérebro espiritual, na medida em que é o Ego espiritual sozinho (conforme ele tenda mais para seus dois princípios mais elevados, † ou para sua forma física) que pode impressionar mais ou menos vividamente o cérebro exterior com a percepção das coisas puramente espirituais ou imateriais.
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† O sexto princípio, ou a alma espiritual, bem como o sétimo princípio puramente espiritual, o Espírito ou Parabrahman, a emanação do inconsciente Absoluto. (Consulte "Fragmentos da Verdade Oculta", The Theosophist, de outubro de 1881.)
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Por isso, o cérebro físico depende da intensidade dos sentimentos mentais do Ego interno, na mesma proporção da espiritualidade de suas faculdades, para transferir a impressão das cenas que seu cérebro semi-espiritual percebeu, as palavras que ouve e o que ele sente, ao cérebro físico do homem exterior que está dormindo. Quanto mais forte for a espiritualidade das faculdades do homem exterior, mais fácil será para o Ego despertar os hemisférios adormecidos, despertar os gânglios sensoriais e o cerebelo para a atividade, e impressionar o primeiro (sempre em completa inatividade e descanso durante o sono profundo do homem) com o retrato vívido do assunto assim transferido. Num homem sensual não-espiritualizado, naquele cujo modo de vida, inclinações e paixões animais, tenha desconectado inteiramente seu quinto princípio ou Ego animal astral de sua alma espiritual superior; como também naquele cujo árduo trabalho físico tenha desgastado tanto o corpo material, a ponto de torná-lo temporariamente insensível à voz e ao toque de sua alma astral - em ambos os casos, durante o sono, o cérebro permanece em completo estado de anemia ou inatividade completa. Tais pessoas raramente, ou nunca, têm sonho algum, a não ser "visões que vêm para passar". No primeiro caso (o do homem sensual não-espiritualizado), na medida em que se aproxima o momento de despertar, e seu sono torna-se mais leve, as alterações mentais que começam a ocorrer constituirão sonhos nos quais não haverá nenhuma participação da inteligência; seu cérebro semi-desperto sugere apenas imagens que são reproduções grotescas e nebulosas de seus hábitos selvagens em vida, enquanto no segundo caso (do homem cujo árduo trabalho físico desgastou seu corpo físico) (a não ser quando ele está fortemente preocupado com algum pensamento excepcional), seu instinto, sempre presente com seus hábitos ativos, não lhe permite permanecer nesse estado de semi- sono, durante o qual, na medida em que a consciência começa a retornar, ocorrem vários tipos de sonhos, mas que vão despertá-lo de uma só vez, sem qualquer intervalo até o completo estado de vigília.

Por outro lado, quanto mais espiritual for um homem, mais ativa será sua imaginação, e maior é a probabilidade que ele receba corretamente visões com as impressões transmitidas a ele por seu que-tudo-vê, seu Ego sempre desperto. Os sentidos espirituais desse último, por estarem desimpedidos da interferência dos sentidos físicos, estão em intimidade direta com seu mais alto princípio espiritual. Esse princípio (embora seja por si só uma parte quase inconsciente do inconsciente absoluto, porque é totalmente imaterial, Absoluto ‡), tendo em si as capacidades inerentes de onisciência, onipresença e onipotência, tão logo sua essência pura entra em contato com a  pura e (para nós) imponderável matéria, transmite parcialmente esses atributos ao puro Ego astral. Assim, pessoas altamente espirituais terão visões e sonhos durante o sono e até mesmo em suas horas de vigília. Esses são os sensitivos, os videntes natos, agora livremente chamados de "médiuns espirituais", não havendo distinção entre um vidente subjetivo, um sujeito "neuripnológico"**, e até mesmo um adepto – aquele que se fez independentemente de suas idiossincrasias fisiológicas e que sujeitou inteiramente o homem exterior ao homem interior. Os menos dotados espiritualmente verão esses sonhos somente com grandes intervalos; e a precisão dos sonhos dependerá da intensidade do sentimento do sonhador em relação ao objeto percebido.
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‡ Em relação a esse ensinamento, todo tipo de exceção será considerado pelos teístas e várias objeções serão levantadas pelos espíritas. É evidente que não se pode esperar receber, dentro dos estreitos limites de um curto artigo, uma explicação completa sobre essa doutrina altamente obscura e esotérica. Ao dizermos que a Consciência Absoluta é "inconsciente" sobre sua consciência (e por isso o intelecto limitado do homem deve ser uma "Inconsciência Absoluta") parece que estamos falando de um triângulo quadrado. Esperamos desenvolver a proposição mais plenamente em um dos próximos números de "Fragmentos da Verdade Oculta", do qual publicaremos uma série. Talvez provemos, então, para satisfação dos não-preconceituosos que o Absoluto, ou o Incondicionado, e (especialmente) o Independente, é uma mera abstração fantasiosa, uma ficção, a não ser que o vejamos a partir do ponto de vista, e sob a luz, do mais educado panteísta. Para isso teremos que considerar o Absoluto apenas como o conjunto de todas as inteligências, a totalidade de todas as existências, incapazes de manifestarem-se senão por meio da inter-relação entre suas partes, como é absolutamente incognoscível e inexistente fora de seus fenômenos e depende inteiramente de suas forças sempre correlacionadas, dependentes, por sua vez da Grande Lei Una.

** Neuripnologia – Estuda a base lógica do sono nervoso (hipnose), considerado em relação ao magnetismo animal. O termo neuripnologia é derivado das palavras gregas neuron, nervo; hypnos, sono; logos, um discurso e significa a base lógica, ou doutrina, do sono nervoso, definida como "uma condição peculiar do sistema nervoso, na qual ele pode ser dirigido por sugestão artificial" ou também como "uma condição particular do sistema nervoso, induzida por uma atenção fixa e absorta do olho mental e visual, em um objeto de uma natureza não excitante". (Nota do Tradutor)
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Assim, na questão dos sonhos comprovados, como em tantas outras, a ciência moderna está diante de um problema não resolvido, cuja natureza insolúvel foi criada por sua própria obstinação materialista, e por sua rotina política há tanto tempo acalentada. Pois, tanto o homem é um ser dual, com um Ego interno § - sendo este Ego o homem "autêntico", distinto e independente do homem exterior proporcionalmente à prevalência (superioridade) ou à fraqueza do corpo material; um Ego, cujo alcance dos sentidos estende-se muito além do limite concedido aos sentidos físicos do homem; um Ego que sobrevive à decadência do seu revestimento externo, pelo menos por um tempo, mesmo quando um mau caminho de vida fez com ele falhasse em atingir a perfeita união com sua parte espiritual mais elevada, ou seja, em misturar sua individualidade com ele (Ego) (a personalidade desaparecendo gradualmente em cada caso) - ou o testemunho de milhões de homens abrangendo muitos milhares de anos - as provas apresentadas em nosso século por centenas de homens mais cultos, muitas vezes pelas maiores luzes da ciência, todas essas evidências, dizemos, não vale para nada. Com exceção de um punhado de autoridades científicas, cercados por uma multidão ávida de céticos e charlatões, que, sem nunca terem visto nada, reclamam, portanto, o direito de tudo negarem, o mundo está condenado como um gigantesco hospício! Existe, no entanto, um departamento especial nele. Ele é reservado para aqueles que, tendo provado a solidez de suas mentes, devem necessariamente ser considerados como impostores e mentirosos.
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§ Quer com um Ego solitário, ou Alma, como afirmam os espíritas, quer com vários – isto é, composto por sete princípios, como ensina o esoterismo oriental – essa questão não está em pauta no momento. Vamos primeiro provar, apoiados por nossa experiência conjunta, que existe no homem algo além da força e matéria de Büchner.
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Teria então o fenômeno dos sonhos sido tão minuciosamente estudado pela ciência materialista que não haveria mais nada a aprender, uma vez que ela fala com tal autoridade sobre o assunto? Nem um pouco. Os fenômenos das sensações e da vontade, do intelecto e do instinto, são, é claro, manifestados por meio de canais dos centros nervosos, sendo o cérebro o mais importante deles. A substância especial por meio da qual essas ações ocorrem tem duas formas, a vesicular e a fibrosa, das quais a última é considerada como sendo simplesmente a propagadora das impressões enviadas para ou a partir da matéria vesicular. No entanto, enquanto essa função fisiológica é diferenciada, ou dividida pela ciência em três tipos - o motor, o sensível e o conector – o misterioso agente do intelecto permanece tão misterioso e tão desconcertante para os grandes fisiologistas modernos como o foi nos tempos de Hipócrates. A sugestão científica de que pode haver um quarto tipo associado às operações do pensamento não tem ajudado no sentido de resolver o problema, mas não foi capaz de lançar nem mesmo o menor raio de luz sobre esse mistério insondável. Nossos homens de ciência não vão jamais compreendê-lo, a menos que aceitem a hipótese de Homem Dual.


(Tradução do artigo original “Are Dreams But Idle Visions?”, Helena Petrovna Blavatsky, publicado em “The Theosophist”, Vol. III. No. 4, January, 1882.)



Are dreams but Idle Visions?

Fonte: H. P. Blavatsky, Collected Writings, Volume III, pp.433 – 438, 1882.
Theosophical Classics – Electronic Book Edition

[The Theosophist, Vol. III, No. 4, January, 1882, pp. 104-105]

[The letter referred to asked for an explanation of two dreams in which a Hindu gentleman, while away from home, saw his wife suffering from cholera, his visions being a few hours later confirmed by a letter. H. P. B. replied:]

“Dreams are but interludes which fancy makes,”* Dryden tells us; perhaps to show that even a poet will make occasionally his muse subservient to sciolistic prejudice.
The instance as above given is one of a series of what may be regarded as exceptional cases in dream-life, the generality of dreams, being indeed, but “interludes which fancy makes.” And, it is the policy of materialistic, matter-of-fact science to superbly ignore such exceptions, on the ground, perchance, that the exception confirms the rule— we rather think, to avoid the embarrassing task of explaining such exceptions. Indeed, if one single instance stubbornly refuses classification with “strange coincidences”—so much in favour with sceptics—then, prophetic, or verified dreams would demand an entire remodeling of physiology. As in regard to phrenology, the recognition and acceptance by science of prophetic dreams—(hence the recognition of the claims of Theosophy and Spiritualism)—would, it is contended, “carry with it a new educational, social, political, and theological science.” Result: Science will never recognize either dreams, spiritualism, or occultism.
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* [Fables: The Cock and the Fox, p. 325.]
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Human nature is an abyss which physiology and human science, in general, has sounded less than some who have never heard the word physiology pronounced. Never are the high censors of the Royal Society more perplexed than when brought face to face with that insolvable mystery—man’s inner nature. The key to it is—man’s dual being. It is that key that they refuse to use, well aware that if once the door of the adytum be flung open they will be forced to drop one by one their cherished theories and final conclusions—more than once proved to have been no better than hobbies, false as everything built upon, and starting from false or incomplete premises. If we must remain satisfied with the half explanations of physiology as regards meaningless dreams, how account, in such case, for the numerous facts of verified dreams? To say that man is a dual being; that in man—to use the words of Paul—”There is a natural body, and there is a spiritual body”—and that, therefore, he must, of necessity, have a double set of senses —is tantamount, in the opinion of the educated sceptic, to uttering an unpardonable, most unscientific fallacy. Yet it has to be uttered—science notwithstanding.

Man is undeniably endowed with a double set: with natural or physical senses—these to be safely left to physiology to deal with; and, with sub-natural or spiritual senses belonging entirely to the province of psychological science. The Latin word “sub,” let it be well understood, is used here in a sense diametrically opposite to that given to it—in chemistry, for instance. In our case it is not a preposition, but a prefix as in “sub-tonic” or “sub-bass” in music. Indeed, as the aggregate sound of nature is shown to be a single definite tone, a keynote vibrating from and through eternity; having an undeniable existence per se yet possessing an appreciable pitch but for “the acutely fine ear”*—so the definite harmony or disharmony of man’s external nature is seen by the observant to depend wholly on the character of the keynote struck for the outer by the inner man. It is the spiritual EGO or SELF that serves as the fundamental base, determining the tone of the whole life of man—that most capricious, uncertain and variable of all instruments, and which more than any other needs constant tuning; it is its voice alone, which like the sub-bass of an organ underlies the melody of his whole life—whether its tones are sweet or harsh, harmonious or wild, legato or pizzicato.
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* This tone is held by the specialists to be the middle F of the piano.
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Therefore, we say, man, in addition to the physical, has also a spiritual brain. If the former is wholly dependent for the degree of its receptivity on its own physical structure and development, it is, on the other hand, entirely subordinate to the latter, inasmuch as it is the spiritual Ego alone, and accordingly as it leans more towards its two highest principles,* or towards its physical shell, that can impress more or less vividly the outer brain with the perception of things purely spiritual or immaterial. Hence it depends on the acuteness of the mental feelings of the inner Ego, on the degree of spirituality of its faculties, to transfer the impression of the scenes its semi-spiritual brain perceives, the words it hears and what it feels, to the sleeping physical brain of the outer man. The stronger the spirituality of the faculties of the latter, the easier it will be for the Ego to awake the sleeping hemispheres, arouse into activity the sensory ganglia and the cerebellum, and to impress the former—always in full inactivity and rest during the deep sleep of man, with the vivid picture of the subject so transferred. In a sensual, unspiritual man, in one whose mode of life and animal proclivities and passions have entirely disconnected his fifth principle or animal, astral Ego, from its higher “Spiritual Soul”; as also in him whose hard, physical labour has so worn out the material body as to render him temporarily insensible to the voice and touch of his Astral Soul—during sleep the brains of both these men remain in a complete state of anemia [sic] or full inactivity. Such persons rarely, if ever, will have any dreams at all, least of all “visions that come to pass.”
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* The sixth principle, or spiritual soul, and the seventh—its purely spiritual principle, the “Spirit” or Parabrahm, the emanation from the unconscious ABSOLUTE. (See “Fragments of Occult Truth,” No. 1.)
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In the former, as the waking time approaches, and his sleep becomes lighter, the mental changes beginning to take place, they will constitute dreams in which intelligence will play no part; his half-awakened brain suggesting but pictures which are only the hazy grotesque reproductions of his wild habits in life; while in the latter—unless strongly preoccupied with some exceptional thought—his ever-present instinct of active habits will not permit him to remain in that state of semi-sleep during which, consciousness beginning to return, we see dreams of various kinds, but will arouse him at once, and without any interlude to full wakefulness. On the other hand, the more spiritual a man, the more active his fancy, and the greater probability of his receiving in vision the correct impressions conveyed to him by his all-seeing, his ever-wakeful Ego. The spiritual senses of the latter, unimpeded as they are by the interference of the physical senses, are in direct intimacy with his highest spiritual principle; and the latter, though per se quasi-unconscious—part of the utterly unconscious, because utterly immaterial Absolute*— yet has in itself inherent capabilities of Omniscience, Omnipresence and Omnipotence which, as soon as the pure essence comes in contact with pure sublimated and (to us) imponderable matters, imparts these attributes in a degree to the as pure Astral Ego
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* To this teaching every kind of exception will be taken by the Theists and various objections raised by the Spiritualists. It is evident, that we cannot be expected to give within the narrow limits of a short article a full explanation of this highly abstruse and esoteric doctrine. To say that the ABSOLUTE CONSCIOUSNESS is Unconscious of its consciousness, hence to the limited intellect of man must be “ABSOLUTE UNCONSCIOUSNESS,” seems like speaking of a square triangle. We hope to develop the proposition more fully in one of the forthcoming numbers of “Fragments of Occult Truth” of which we may publish a series. We will then prove, perhaps, to the satisfaction of the non-prejudiced that the Absolute, or the Unconditioned, and (especially) the unrelated, is a mere fanciful abstraction, a fiction, unless we view it from the standpoint and in the light of the more educated pantheist. To do so, we will have to regard the “Absolute” merely as the aggregate of all intelligences, the totality of all existences, incapable of manifesting itself but through the interrelationship of its parts, as It is absolutely incognizable and non-existent outside its phenomena, and depends entirely on its ever-correlating Forces, dependent in their turn on the ONE GREAT LAW.
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. Hence highly spiritual persons, will see visions and dreams during sleep and even in their hours of wakefulness: these are the sensitives, the natural-born seers, now loosely termed “spiritual mediums,” there being no distinction made between a subjective seer, a neurypnological subject, and even an adept—one who has made himself independent of his physiological idiosyncrasies and has entirely subjected the outer to the inner man. Those less spiritually endowed will see such dreams but at rare intervals, the accuracy of the latter depending on the intensity of their feeling in regard to the perceived object.
Had Babu Jugut Chunder’s case been more seriously gone into, we would have learned that for one or several reasons, either he or his wife was intensely attached to the other; or that the question of her life or death was of the greatest importance to either one or both of them. “One soul sends a message to another soul”—is an old saying. Hence, premonitions, dreams, and visions. At all events, and in this dream at least, there were no “disembodied” spirits at work, the warning being solely due to either one or the other, or both of the two living and incarnated Egos.
Thus, in this question of verified dreams, as in so many others, Science stands before an unsolved problem, the insolvable nature of which has been created by her own materialistic stubbornness, and her time-cherished routine policy. For, either man is a dual being, with an inner Ego* in him, this Ego “the real” man, distinct from, and independent of the outer man proportionately to the prevalency or weakness of the material body; an Ego the scope of whose senses stretches far beyond the limit granted to the physical senses of man; an Ego which survives the decay of its external covering—at least for a time, even when an evil course of life has made him fail to achieve a perfect union with its spiritual higher Self, i.e., to blend its individuality with it (the personality gradually fading out in each case); or—the testimony of millions of men embracing several thousands of years; the evidence furnished in our own century by hundreds of the most educated men—often by the greatest lights of science—all this evidence, we say, goes to naught.
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* Whether with one solitary Ego, or Soul, as the Spiritualists affirm, or with several—i.e., composed of seven principles, as Eastern esotericism teaches, is not the question at issue for the present Let us first prove by bringing our joint experience to bear, that there is in man something beyond Büchner’s Force and Matter.
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With the exception of a handful of scientific authorities, surrounded by an eager crowd of sceptics and sciolists, who having never seen anything, claim, therefore, the right of denying everything —the world stands condemned as a gigantic Lunatic Asylum! It has, however, a special department in it. It is reserved for those who, having proved the soundness of their minds, must, of necessity, be regarded as IMPOSTORS and LIARS . . .


Has then the phenomenon of dreams been so thoroughly studied by materialistic science, that she has nothing more to learn, since she speaks in such authoritative tones upon the subject? Not in the least. The phenomena of sensation and volition, of intellect and instinct, are, of course, all manifested through the channels of the nervous centres, the most important of which is the brain. Of the peculiar substance through which these actions take place—a substance the two forms of which are the vesicular and the fibrous, the latter is held to be simply the propagator of the impressions sent to or from the vesicular matter. Yet while this physiological office is distinguished, or divided by Science into three kinds — the motor, sensitive and connecting—the mysterious agency of intellect remains as mysterious and as perplexing to the great physiologists as it was in the days of Hippocrates. The scientific suggestion that there may be a fourth series associated with the operations of thought, has not helped towards solving the problem; it has failed to shed even the slightest ray of light on the unfathomable mystery. Nor will they ever fathom it unless our men of Science accept the hypothesis of DUAL MAN.